Não à toa as sombras me fascinam:
sou a silhueta do vazio a projetar-se no abismo.
Sinto a ânsia pelo impossível,
transbordo a essência efervescente do absurdo
e esgueiro-me dos olhares pelos centros urbanos
evitando inutilmente o mal-estar de perceber-se humano.
(Não olhe nos meus olhos,
pois o mais breve e banal movimento de músculos extraoculares
é capaz de desmascarar minha essência corrompida
e comunicar ao mundo minha grande farsa)
Sou o espaço vazio a eleger-se matéria,
um obstáculo material às próprias inquietações,
uma existência precária que insiste em desejar
as narrativas impossíveis confabuladas pela civilização humana
sem que exista premissa metafísica que ofereça alento à ausência de sentido para os longos dias de suplício.
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E quando ao acaso por aí me encontrar,
poupe-me do terror das palavras cordiais,
poupe-me dos olhares condescendentes,
poupe-me do bom-dia mal ensaiado,
e não questione sobre conquistas passadas ou futuras,
pois seguirei a frustar e chorar.
Oi Leo, só consegui te encontrar nas nuvens da internet neste blog. Estou em Porto Alegre pela primeira vez e até segunda-feira. Sempre pensei que, caso algum dia eu viesse para cá, gostaria de te ver. Pois bem, se tiver um tempinho para um café, me escreve pramiranda95@gmail.com
Abraços,
Paulo.
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