o ponteiro do relógio da existência
cansou de ser apenas ponteiro
– queria ser o tempo, ele próprio.
(Pois o tempo é dimensão,
e a técnica de medi-lo é outra estória)
o tempo que passa e é percebido pelo ponteiro do relógio
é quiçá apenas comparação espacial de percepção neuronal.
mas o tempo, ele próprio,
se pauta pela angústia,
pela decadência das sociedades,
pela diferentes dores que sofrem os animais humanos e não humanos
e pela morbidez dos átomos que compõem qualquer matéria
A existência é única e comungada.
– a existência humana, dos ratos,
dos macacos, dos vermes e das bactérias –
todas elas uma só.
A milhões de anos-luz, a direita ou esquerda da terra,
sistemas conscientes talvez vivos ou não vivos
também questionam-se sobre diferentes
prováveis sistemas conscientes vivos ou não vivos.
Talvez providos de capacidade neuronal superior,
entendem o tempo metafísico como sendo físico –
e nele se deslocam através de máquinas
movidas a angústia ou qualquer outro metafisicismo.
e vislumbram a decadência dos diferentes povos
do nosso planeta e de muitos outros,
da espécie humana e das baratas.
(31/05/2015)
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